Encíclica Patriarcal para a Quaresma de 2015.

I
rmãos e Filhos abençoados;
“O Jesus dai-nos luz para compreendermos o mistério e o valor do sofrimento cristão.”
Aproximando-se a Quaresma, tempo em que predomina a lembrança das dores de Jesus, o Evangelho (Lc. 18,31-43)
anuncia-nos já Sua Paixão. A predição é clara: ”O Filho do Homem será
entregue aos gentios, e será escarnecido, e açoitado e cuspido; e,
depois de o açoitarem, o matarão, e ressuscitará ao terceiro dia”,
todavia, como já de outras vezes sucedera, os Apóstolos nada
compreenderam e este discurso era para eles obscuro. Não compreenderam
porque concebiam a missão de Jesus como a de um conquistador terreno,
que havia de restabelecer o reino de Israel; não sonhando mais do que
com triunfos e preocupados como estavam em ocuparem os primeiros lugares
do novo reino, qualquer alusão à Paixão os alarmava e escandalizava.
Para os que só pensam na prosperidade e glória terrenas, a linguagem
da cruz é incompreensível. Para aqueles que têm uma visão material das
coisas, é muito duro entender o seu significado espiritual e
particularmente o significado do sofrimento. Já São Paulo dizia que
Cristo crucificado era “escândalo para os judeus e loucura para os
gentios (I Cor. 1,23)”. “E Jesus, repreendendo Pedro
que ao primeiro anúncio da Paixão tinha exclamado “Deus tal não permita,
Senhor; não te sucederá isto”, dissera com energia” Retira-te de mim,
Satanás, porque não tens a sabedoria das coisas de Deus, mas das coisas
dos homens” (Mt. 16,22 e 23).
Para a sabedoria dos homens o sofrimento é loucura incompreensível,
assustadora, aponto de fazê-los perder toda a confiança em Deus e de
levá-los a murmurar contra a Providencia divina. Para a sabedoria de
Deus, porém, o sofrimento é antes um meio de salvação e redenção. E
assim como foi necessário que “Cristo padecesse para entrar na sua
glória” (Lc. 24,26), do mesmo modo é necessário que o cristão passe pelo crisol da dor a fim de chegar à santidade e á vida eterna.
Só depois da descida do Espírito Santo os Apóstolos compreenderam
plenamente o significado da Paixão de Jesus e, longe de se
escandalizarem, tiveram como a maior honra, seguir e pregar a Cristo
crucificado.
O olhar humano não tem luz para compreender o valor da cruz; é
necessária uma nova luz, a luz do Espírito Santo. Vejamos a cura do cego
de Jericó. Por isso a Igreja como mãe amorosa nos convida a renovar
sempre a oração do cego, tão cheia de fé “Jesus, filho de David, tem
piedade de mim”.
Permaneçamos firmes na fé como o pobre cego que, sem se importar com a
multidão que o impedia de se aproximar de Jesus, sem se deter perante
as censuras dos discípulos, que o queriam fazer calar, “cada vez gritava
mais”, repetindo a sua prece.
Do fundo dos nossos corações elevemos ao Senhor o nosso grito de fé e esperança.
Não peçamos para nos livrar do sofrimento, mas antes para sermos
iluminados sobre o seu valor: “Senhor, que eu veja!”. Apenas o cego
recuperou a vista, correu atrás de Jesus “glorificando a Deus!”. A luz
sobrenatural que pedimos ao Senhor dar-nos-á a força de O seguirmos,
levando após Ele a nossa cruz.
Em nossa Catedral Monastério, na Cidade abençoada por Deus de São
Paulo de Piratininga, Estado de São Paulo, Brasil, aos 16 de fevereiro
de 2015.
De Vosso Pai e Patriarca

Encíclica Patriarcal para a Quaresma de 2015
Publicação por: Comunidade Ortodoxa Mãe de Deus on 09:07. - No comments
+ ATHANASIOS Iº ALOYSIOS
Pela graça e misericórdia de Deus, Archieparca de Hebron, Patriarca da Igreja Ortodoxa Bielorrussa Eslava no Estrangeiro.
Para toda a Igreja: Graça e Paz do Criador, Governador e Sustentador de toda a criação nosso Deus e Senhor Jesus Cristo,
+ Athanasios Iº Aloysios,
Sua Beatitude Athanasios 1° Aloysios
Igreja Ortodoxa Bielorrussa
Eslava no Estrangeiro do Patriarcado Catholico Orthodoxo Ecumênico das Américas, Eurásia , África e Oceania (Sucessão Santo Wolodymyr lº).
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